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A mostrar mensagens de agosto, 2024

Alentejo

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  Hoje percebi que as minhas janelas se fecharam com a força de um tornado. Aquele bater seco da madeira, e o som dos vidros a saltar das velhas janelas, permaneceu na minha memória, apesar da embriaguez da canícula que esmorecia todo o meu Ser.  Debaixo da mesa olhava para o que aconteceu procurando uma explicação... Estava na minha casa isolada, bem perto da fronteira com Espanha - por ali não passa viv'alma!! - a ouvir uma das minhas músicas preferida e a ler, pela enesésima vez, a "Eternidade", de Ferreira de Castro. Ainda "arrelampado" por aquele acontecimento, olhei para a janela aberta e sem vidros. O sol, na sua vaidade enganadora, banhou-me a face, cobrindo o manto de devastação do velho monte alentejano com o dourado, também enganador, do seu sorriso. Fui à porta e banhei-me nos rasgos solares que perfuravam as nuvens negras. Aquele céu alentejano, de dia ou de noite, é incomparável. As janelas abriram-se e os vidros estilhaçaram, mas eu ganhei...