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Incessante Teimosia

  Até que o dia amanheça, E o sol nasça de novo sobre as nossas cabeças. Eu vou lutando solitário pelo dia de amanhã, Que me irá consumir um pouco mais. Até que o Sol desvaneça.

Rápidas

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Os dias gastos em pensamentos podem não nos levar a conclusão alguma, mas indicam-nos o caminho para reflexões sobre o tipo de comunidade em que estamos inseridos e, acima de tudo, como classificá-la.

Pensamentos andantes

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  Existem, sem dúvida alguma, pessoas que convivem bem com o avançar da idade.  Outras passam por essa fase de uma forma mais complicada, não gerindo bem as chamadas “dores da idade”. Eu sou dos últimos. Lembrei-me de escrever estas parcas palavras sobre este assunto quando, na minha caminhada nocturna, ouvi a canção “Hier encore”, magistralmente cantada por Charles Aznavour. Uma canção com uma letra simples, dirão uns, uma letra que apenas poderia ser escrita por alguém que “sente”, e sente-se tão pouco nos dias de hoje, dirão outros. Mas, relativamente à letra, destacaria – erro meu destacar algo que só faz sentido no seu conjunto, impecavelmente contextualizado – a parte que refere: “[…] Ainda ontem, eu tinha vinte anos. Mas perdi o meu tempo, A cometer loucuras, Que no fundo não me deixam, Nada de realmente concreto, Além de algumas rugas na fronte, E o medo do tédio. […]” O percurso de vida que temos, cada um de nós, mais tarde ou mais cedo acaba por...

O gato

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Os  passeios preenchem o meu dia-a-dia e sempre que encontro algo que me interesse fotografar, não hesito. Desta feita, um gatinho, lindo, da colónia de Felídeos que por ali existe. Em boa hora ali chegaram porque, também em boa hora, já se tornaram a "paixão" de muitas pessoas que fazem o seu passeio matinal, após o almoço ou ao final do dia. Longa vida a estes e a todos os animais que bem necessários são para o equílibrio da vida neste planeta azul, cada vez mais cinzento.

A força da vida e a condição do "saber"

O conhecimento, por definição, não tem patamares. Penso eu. Por isso devemos sempre ouvir quem sabe, seja um erudito ou leigo, sendo que aprecio muito mais os LEIGOS. A ELES,  Quantas vagas galgas-te, pescador? Quantas noites ao frio e à chuva. Quantos tormentos teu coração calou. Quantos gritos tua voz abafou. Quantas preces dirigidas à Senhora. Quantos minutos que pareciam horas. Quantas mulheres ficaram de preto vestidas. Quantas ondas serão precisas para calar a tua dor.  

Gaivota

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Vi o teu olhar choroso. Juro que vi, que me emocionei. Juro que me apeteceu perguntar ao mundo porque que te tinhas ferido. Vi as tuas asas quebradas, inúteis, deitadas na areia da praia Juro que pensei que te podia salvar. Juro que te ouvi dizer, ajuda-me. Juro que te quis ajudar, mas como? Depois veio o mar e reclamou-te. E eu impotente vi o teu pequeno corpo cinzento e branco desaparecer na espuma do teu sustento.  

O monte

  Ao longe o monte, e tu nele, mais as flores que te rodeiam e as arvores que o rodeiam. Ao longe, estou eu, só e apenas a observar-te. Por momentos, pareces insinuar-te e eu aceno-te com a mão. As flores recolhem, As árvores elevam-se na direcção do céu, E nós vamos pelo monte acima, subindo, subindo, sempre, na escalada das nossas emoções.

Alentejo

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  Hoje percebi que as minhas janelas se fecharam com a força de um tornado. Aquele bater seco da madeira, e o som dos vidros a saltar das velhas janelas, permaneceu na minha memória, apesar da embriaguez da canícula que esmorecia todo o meu Ser.  Debaixo da mesa olhava para o que aconteceu procurando uma explicação... Estava na minha casa isolada, bem perto da fronteira com Espanha - por ali não passa viv'alma!! - a ouvir uma das minhas músicas preferida e a ler, pela enesésima vez, a "Eternidade", de Ferreira de Castro. Ainda "arrelampado" por aquele acontecimento, olhei para a janela aberta e sem vidros. O sol, na sua vaidade enganadora, banhou-me a face, cobrindo o manto de devastação do velho monte alentejano com o dourado, também enganador, do seu sorriso. Fui à porta e banhei-me nos rasgos solares que perfuravam as nuvens negras. Aquele céu alentejano, de dia ou de noite, é incomparável. As janelas abriram-se e os vidros estilhaçaram, mas eu ganhei...

O Mar

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  O Mar salta na areia, sem parar. O Mar galga as pedras, sem temor. O Mar sopra na espuma, ventania. O Mar engole o homem, sem pudor. O Mar cansa-nos com o seu sal. O Mar cheira e sabe a sal. O Mar cobre-nos de vida, porque alimenta. O Mar alarga os horizontes. O Mar justifica o horizonte. O Mar é canção que não cala. O Mar, o nosso Mar, é tão diferente. O Mar, somos nós e ele.   Até que o Mar bateu à porta e num instante o seu corpo se deitou inerte no seu leito de amor.

Duas vertentes

  Tenho de confessar que este tipo de escrita não é a minha praia, mesmo que a tenha adotado antes da outra, a tal que há mais de duas décadas e meia ando a escrever. Confesso que ambas são complexas, mas esta é bem mais complicada, posto que exige aquilo a que eu chamo de “momento”. O “momento” em que pelos nossos dedos escorrem os pensamentos, as emoções, as “coisas todas” que nos fazem escrever. E são tantas e tão dificeis, pelo menos para mim, de articular. A outra escrita, mais fechada no seu mundo, não permite essa liberdade, essa evocação dos espíritos que habitam nos nossos pensamentos. Obriga a criar um qualquer texto que acrescente algo de novo a uma qualquer área da ciência. Já dizia um meu antigo professor de faculdade que “a investigação não é mais que o conhecimento das fontes e, claro, as ilações que o investigador tira das mesmas.” Assim se nota a “prisão” desse tipo de escrita e a liberdade da outra, aquela que humildemente vou escrevendo neste espaço. Neste ...